quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Estava no baú das recordações e eu nem sabia...


Eu lembrei de você
E a quantos anos não me recordo de ti com saudades
Hoje que te escrevo
Ela vem com cheiro de alecrim,
Gosto de café com leite e muito açucar,
Música chinfrim
Romance sem flor, sorriso e dor.
Meus olhos amanheceram verdes...
Você amava os meus olhos com a sinceridade que não me amava,
Lembro de você ainda dizendo
Ter que me amar
da noite até o amanhecer convulso,
Que era pra conhecer todas as nuances escondidas dos meus olhos verde-amendoados
Sob as variações da luz do dia.
Eu sorria...
Sabe,
Eu fiquei triste hoje, sei lá...
De uma tristeza longe
Sem dor, sem rancor...
Nunca vamos saber qual seria a cor dos olhos do nosso filho.




PS1: Woman with black cravat, Modigliani. O grande rival de Picasso só pintava os olhos quando conheciam a alma. Ele era aficcionava pela sinceridade dos olhos de sua modelo. Esse quadro representa a sua mulher Jeanne Modigliane, e ele só pintou seus olhos quando já conhecia a sua alma.


PS2: Não sei porque, de você só guardo as lembranças miudinhas.

5 comentários:

Ta disse...

A melancolia dos teus versos consegue deixá-los ainda mais bonitos. Adoro Modigliani!

Anônimo disse...

Taci disse tudo!

gostei dessa de só pintar os olhos quando se conhece a alma, lindo.

Dora disse...

Senti isso hoje... Olhei o blog certo na hora certa! ;)

Laura da Hora disse...

Eu senti e escrevi, pro sentimento não morrer Dorinha!

Márcio M Andrade disse...

Quem disse q a vida é feita somente dos grandes e valorosos sentimentos? Aqueles pequeninos, que ficam guardados no fundo da mesa de cabeceira, quase esquecidos... É sempre bom revisitar e tirar a poeira. Abraçar um pouco e guardar de novo!

Muito bom, Laura. Saudade de ler teus textos!