domingo, 29 de junho de 2008

La rue de Aurora,

Rue de mes souvenirs...







Ps: Rua da Aurora, Recife. Pintura no paint, feita por mim!!! E essa rua, paralela ao rio Capibaribe, denominada anteriormente de Rua Formosa, tem esse nome por que olha pra nascente do sol. Que poético...

sábado, 28 de junho de 2008


Procuro um amigo sozinho,

De andar

Discreto.

Quieto.

Singelo.

Procuro com desespero um amigo.

Que leia os russos, que goste de Renoir,

Que goste de caminhar e conversar ao luar

Que saiba se aproximar

E se apaixonar...


PS: Jeanne Marguerite Lecadre in the Garden, Monet.


Ela tem nome de poema

E me visita muito

No cata vento dos meus sonhos.

E eu,

Eu gosto sempre de visitá-la

Lá no seu canto,

Canto colorido de caneta vazia.

Ela visita e aprecia

O meu jardim de poesia.

Ela é hoje até a rega do meu pé poesia...

Olhe, moça

Os portões estão sempre abertos

Para as moças feitas de versos!

Mais hoje eu quero mais...

Mais um pouco de ti.

Quero encontrar-me contigo.

Numa dessas tardes raras de sol.

Eu levo um lanchinho.

Uma alegria,

Um sorriso sincero,

Um abraço,

Pra gente ficar olhando tudo

Árvores que contam histórias por si só

E faço questão da presença do pardalzinho...



Ps: Escrevi pra tereza, minha amiga-irmã que vive me visitando aqui no meu canto poesia, mas esquece de me visitar na minha casinha... Minha família, que é a tua, está morrendo de saudades... Dito aqui no blog, fica como intimação pra moça me visitar de verdade, viu!!!
Obrigada pela presença constante aqui, seja sempre bem vinda!!!
PS1: Aos meus leitores um outro Renoir, pra fazer bem aos olhos e a alma...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

A espera de parte de mim que não conheço...


Quantos dias já o dia amanheceu,

E o sol nasceu e dormiu,

Sossegado...

E essa minha mania de esperar

Por quem não conheço!

Que não cessa...

Fios de anos,

Figuras fugáses ao meu lado.

Passo ao lado do passo errado.

Que resignação por esperar!

Eu descanso os olhos curiosos

No fato do ato de esperar

Por alguém que seja daqui,

Que venha de longe...

Contando as estrelas do caminho,

Guardando os tons alaranjados,

Pitalgados de tristezas contidos no entardecer,

De uma terra nunca por mim vista.

E possua nos olhos,

O brilho triste de ter amado

O brilho que lhe faltava aos olhos do amado.

Ah, o velho amor ao brilho errado...

Que traga calos.

Lágrimas.

Amores não correspondidos.

Sonho de conhecer o mundo.

Sonho de creme.

Sonho de amor verdadeiro.

Amor possível.

Amor a liberdade.

Amor ao simples.

E belo!

Um violão que lhe pese nas costas,

Uma música bela.

Minha namorada, de Vinícios!

Ame Gógol,

Mas reconheça a genialidade de Dostoievski

Leia poemas de amor,

Nas minhas noites de insônia.

E receba das minhas mãos

Carinho despretenciosos,

Pretenciosos também...

Sim, ia-me esquecendo!

Que fale francês.

O amor fala francês!

Se é real?

Impossivel. Dúvida. Ilusão.

Não, sei...

Talvez seja real!

Pode chegar...

Olha o tempo acenar pro momento!!

êta, sonho vã...

Essa mania de esperar por quem não conheço...



P.S. Le moulin de la Galette, Montmartre (1876), trata-se de uma tela de Renoir, umas de suas obras mais importantes, e a segunda tela mais cara do mundo, atualmente pertence ao Museu D'Orsay de Paris. Retrata a vida parisiense do sec. XIX, o luxo e o estilo ambicioso da arte nouveu em traços delicados do impressionismo. Senhores, reparem na moça de listrado, sentada a um banco, sorriso claro, olhos distantes... Não lhes parece que a moça anda sonhando com o que virá??? Esperando alguma coisa que ela não sabe o que é, mas que virá! Reparem, senhores...

quarta-feira, 18 de junho de 2008


Onde o carro me levava

Cada curva, cada linha reta

O sol acompanhava o meu rosto

E eu sorria...

Era afago doce de sol

E o vento dando nó no meu cabelo livre

Fazia pirraça,

Só pra me fazer penteá-los

E eu que nunca perco tempo com isso!

E nessa tentativa de não ser sufocada pelo vento

Que me batia e me beijava

Elevei os olhos aos céus

Rogando compustura!

Ora, que deixasse de ânsia!

E o céu

Adoro céu azul. Cheio de núvens de algodão.

Que espetáculo me oferecia.

E eu que há anos não construo desenhos nas núvens,

Vi um elefante saltando cerca

E eu sorri ...

Sorri de feliz.

Eu era um catavento amarrado pelas cordas da esperança.
PS: A tela é de Monet.

A morte nunca é feliz

Mas pode ser romântica...

Se eu pudesse escolher como morrer,

Estaria sentada numa cadeira de balanço,

Sob um pequeno. Gracioso. Florido.

Pé de jasmim laranja.

O meu velho pé poesia...

Ao lado, sobre uma mesinha.

Um vaso. Lírios amarelos.

Uma xícara de café.

Por companhia, um sonho de creme.

É obrigatório, um fiel Dostoievski no regaço.

Qualquer um...

E o céu desse dia seria azul.

Azul. Bem azul.

Pitalgado de núvens branquinhas.

Núvens que parecem sonhos.

Ah e a música!

Toda a morte tem uma música.

Como uma hístoria de amor.

Sempre tem uma canção...

O Lago do Cisne.

E de repente,

Como se eu fosse tomada por um pesado sono.

Cançaso de viver.

Os olhos antes tão vivos, fecham-se.

Como as cortinas de uma grandiosa peça.

Hamlet.

No final do último ato.

E a brisa suave que bate no rosto...

Farfalhar de folhas,

são os aplausos da vida...

E a luz do dia, deu lugar a uma penumbra violácea.

É o último adeus.

Fecham-se os olhos.

Finda-se a vida.

E eu aqui, pensando, com o meu Dostoievski no regaço...




Ps: Esta tela chama-se "a moça com livro" é uma pintura impressionista (amo!) do brasileiro Almeida Júnior (1850-1899). No panorama da pintura nacional, Almeida Junior aparece como autêntico prercursor. Os personagens do pintor são de carne e osso, que o proprio Almeida conhecia pessoalmente, gente que tinha nome, vivia, amava. Em "a moça com livro" ele retrata Laura, a mulher que tanto amava e por quem morreu esfaqueado, pelo marido desta. Laura inspira quase todas as suas figuras femininas... E que delicadeza! Que doçura!

segunda-feira, 16 de junho de 2008


Um nó.

Garganta seca.

Coração...

Apertado.

Angústia.

Solidão.

Janelas que oprimem

A liberdade pulsante

Asas feridas.

Pássaro caído.

Mãos frias com que escrevo...

Palavras frias.

Falta de ar

Lagrimas represadas

Céu escuro, dia negro.

Chove...

O dia chora.

É guerra dentro de mim.

P.S. A obra acima é chamada de "o grito", pintura de Edvard Munch. A obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero existencial. A obra é uma das mais famosas que representam o movimento expressionismo. A dor do grito está presente não só no personagem, mas também no fundo, o que destaca que a vida para quem sofre não é como as outras pessoas a enxergam, é dolorosa também, a paisagem fica dolorosa e talvez por essa característica do quadro é que nos identificamos tanto com ele e podemos sentir a dor e o grito dado pelo personagem. Nos introjetamos no quadro e passamos a ver o mundo torto, disforme e isso nos afeta diretamente e participamos quase interativamente da obra.

quinta-feira, 12 de junho de 2008


O olhar pousado ao céu

Azul, azul...

Sem tonalidade sobreposta,

Com mil núvens, brancas, muito brancas...

Formando desenhos que lembram sonhos.

E o campo verde amplo,

Com arabescos de núvem

E verde, verde, bem verde.

E o sol? Nem me lembro...

Só vejo o céu... e o campo...

Que singelo. Que suave.

Motivo pra felicidade.

Felicidade que dá quando como sonho de creme com café.

Chama-me boba...

Simples.

Só por cultivar um gosto particular pelos pequenos prazeres.

Se não a vida não brilha.

Não tem graça.

Boba, sim...

Sim, sensível ao charme discreto das coisas simples da vida...

Céu azul, azul

Campo verde, verde

Brinco de princesa...

Lírio branco.

Toque sutil de vento

Cócegas de beijo.

Café!

Lar de mãe...


PS: A tela é do impressionista Claude Monet, chama-se"Mulher com sombrinha" (1875), também conhecida como "Madame Monet e o filho" é uma das mais famosas obras do pintor impressionista Claude Monet. O fascínio deste quadro não está nas identidades dos retratados, mas no modo pelo qual a luz e a brisa conservam-se na tela para um eterno deleite.