sexta-feira, 21 de maio de 2010

Para Gabriel Anievas, uma resposta



É um amorzinho.
Um vulcão que toma proporções de tufão.
É de lágrimas.
É de iludir, mando logo te avisar,
Foi de mágica...
Somos ou não somos um par?


PS: E as margaridas. Lindas. Amarelas, andam a ficar banguelas.


Ps2: O violinista e uma jovem mulher, Edgar Degas.

sábado, 8 de maio de 2010

A carta, o leitor e a margaridinha.


Querida, fiquei muito triste, imensamente triste por saber de sua tristeza, distante, vazia e sem fundamento. Porque às vezes você possuía a arte de dissimular tão lindamente. E sorri como quem nunca chorou, ou como quem jamais passou por entre uma nuvem cinzenta. E quando balançava o cabelo esvoaçante dava a impressão de quem lança flores ao mundo. Sabe querida, eu olhava pra você buscando só-um-pouquinho-de-sol. Que estranha impressão causou-me teu texto ultimo. Por quem anda marejando seus olhos de imensidão? E por quem procura suas mãos brancas em noites de insônia? E seus melhores textos, quem te inspira? Sabe querida, desejava saber por ti por quem teus joelhos dobram de desejo, teus olhos brilham de luz feliz, teus sonhos ganham a imensidão (você e sua sede de imensidão) como se fossem invisíveis barquinhos de vento. Sabe querida, você deve estar inundando as ruas de pedra da sua cidadezinha poética com seus olhos cegos de lágrimas. Eu fiquei pensando... E ontem te olhando... Acho que eu descobri o seu segredo.

PS: Era uma história estranha, que eu sempre quis decifrar. Mas hoje conto sem pensar. Que explicação que eu sei que se não há, sobra luz nesse caos de paixões. (Oswaldo Montenegro)

PS: A margarida é sua, leva-a contigo.


Fique bem,

Gabriel Anievas


PS: Melancolia, de Edgar Degas, porque me faz falta a sua ausência longa.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Mando-te um bilhetinho


Meu benzinho, eu ando cansada. Muito cansada. Queria você aqui do meu ladinho, deitado, fazendo cafuné no meu pé. Se te apetecer dá-me um beijo no lado esquerdo da boca pra ver se tu preenches a minha barroca mais funda. Eu ando tão cansada benzinho e o meu mundo anda tão confuso que eu só queria sentir era teu cheiro de maçã verde e eu ia direto pro paraíso. Sabe, tem dias que eu ando sem chão, sem pão e sem mão. O mundo perde o tanto da cor que tem no translúcido vidro de teus olhos que refletem raiozinhos multicoloridos. Eu só queria que você aguentasse eu cansada e calada. Sabe, benzinho, eu ando triste. De tristeza sem fundamento. De tristeza vazia. Tristeza distante só sendo. E há quem diga que não.


PS: James Whistler.