segunda-feira, 28 de julho de 2008


Uma nuvenzinha sozinha
Que está sonhando
Com um mundo azul.
Azul é o avesso do triste...
Eu acho!

terça-feira, 8 de julho de 2008


Amo as palavras
E essa é a razão
Porque gosto tanto de escrever
É meu sangue que circula nas palavras
É minha vida que palpita em cada verso
Até no branco das entrelinhas
Afinal,
Algo se aproveite desse turbilhão
De acontecimentos que é a vida.
Procuro a paz das palavras...
E nada mais
É preciso para acalantar meu coração.


PS: A estátua número 12, do circuito da poesia, de Recife, Pernambuco. Encontrada, ali, na praça Maciel Pinheiro, perto da Rua do Hospício,e que era há décadas atrás o coração do Recife. Aí está Haia Lispector, digo, Clarisse Lispector.

segunda-feira, 7 de julho de 2008


Fico feliz por Deus não me dá tudo o que peço...
Bem bom que posso sonhar.
E os meus dedos
Se não podem
Tocar no céu noturno...
Remexer as estrelas
Assoprar e fazê-las mover
Numa dança mágica.
Traduzo então,
No papel branco
Um Céu noturno.
E tantas palavras
Vagas,
Em estrelas.
Estrelas
Sólitárias
Juntas
Que viram um mundo.
Um mundo de poesia...


PS: Noite Estrelada, 1889, Van Gogh.

domingo, 6 de julho de 2008


Olá meus caros, perdoem-me o cessar das minhas inspirações poéticas, se venho com uma malfadada pequena crônica interpolar meus sutis versozinhos. No entanto, meus amigos, não me acusem de ingratidão a quem se prestou tão amavelmente a divulgar as pretenções de uma escritorazinha de meia pataca, e como disse no meu primeiro post "... Quis trazer para o meu blog a percepção que eu tenho do mundo e que anda aflorando com intensidade nos últimos tempos. São piadas, contos, poesias, crônicas que exprimem a inquietação de mil idéias e impressões que farfalham a minha imaginação." Dito isto, isento-me de culpa, e venho cumprir com a minha palavra.

Fui batizada, fiz primeira comunhão, sou até crismada, e minha família vive nas práticas do catolicismo. No entanto, essa minha curiosidade pulsante, ouso até dizer ardente, mania de querer conhecer todas as coisas do mundo, excessivamente. Talves por desejar possuir a existência total do universo, isso tenha me levado a buscar outros conhecimentos no campo religioso, ou talves como costumo algumas vezes pensar, seja uma busca irrefreável sobre a existencia humana, sobre Deus. Dou, assim, à minha curiosidade a conta dos meus estudos sobre o Espiritismo, a Ubanda, o Catolicismo, o Budismo, o Protestanismo.

Admito, meus caros, Não encontrei nenhuma verdade absoluta dentro de nenhuma delas. E confesso, amargamente, que quanto mais lia sobre elas, mais subserviente à razão eu me tornava. Não me interessa aqui demonstrar argumentativamente as teorias de cada religião, durante um tempo estudei-as, cheguei mesmo a participar ativamente de algumas, sem ousar julgar aquilo que muitas vezes me chocava. No entanto, inventava explicações para o que encontrava de inútil ou de incompreenssivel. Debalde, porém, a razão não se submetia ao jugo de dogmas, e sobretudo, revoltava-se contra a odiosa questão da intolerância das igrejas umas com as outras. Que dou gentilmente, a devida alcunha de preconceito.

Sim, mas porque vem a Laura, falar tudo isso? Meus caros, estou perplexa com a intolerância da opinião de um jovem missionário que nos visitou hoje, em minha casa. Apesar de vivermos na prática do catolicismo, como já disse, minha família aprecia e se interessa por outras religiões e comunente comentam o sincretismo que perpetua nos ambientes na minha casa. Encontram-se, numa furtiva olhadela, um Buda de ouro envelhecido sobre a mesa de centro, uma bíblia católica ao lado de uma bíblia envangélica, insensos, e uma imagem de nossa senhora das Graças, convivendo numa singular harmonia.

E foi por implicância com o pobre Buda que essa jovem veio-nos pregar, dando-nos uma "liçãozinha" religiosa, considero-a indispensável. Mas o rapaz era corajoso, porque a despeito de meu irmão ser também um missionário radical, não aceitamos defesas obstinadas em menosprezar ou espezinhar qualquer religião que seja. Isso me fez refletir sobre o preconceito religioso, ele existe! Pasmem.

Não sou budista, mas aprecio a idéia de condicionar à mente, diante do cotidiano, a alcançar a paz, serenidade, alegria, sabedoria e liberdade perfeitas. Que mal há nisso? Adorar um Deus que é diferente do Deus católico é pecado? Por que?

Li a Bíblia apenas uma vez, e encontrei mensagens que mostram a busca pelo equilibrio de nossas naturezas, porque somos um pouco de tudo, é como a filosofia do yin yang, que nos mostram a melhorar como seres humanos que somos. E aí está a verdadeira mensagem da Bíblia, ninguém deve julgar a religião do outro, julgamentos são tendenciosos. E se queremos ser juízes, não esqueçamos que seremos também réus.
Creio antes em Deus, que é para mim o amor, e sobretudo, creio que a verdadeira vontade de Deus é que todo o homem ame os seus semelhantes e proceda sempre com os outros como deseja que os outros procedam conosco.

E Digam-me vocês, não é isso que todas as religiões pregam? E por que então tanto julgamento? Sempre detestei a intelerância religiosa, por considerá-la preconceito, a minha natureza como que se revolta à sua sombra.

Amemos, meus amigos, cada flor, cada raio de luz, cada folha seca que cai, amemos os animais, até os feios! Ame os homens, as pedras, as máquinas... Amando a tudo, encontraremos o mistério de Deus em tudo.

sábado, 5 de julho de 2008

Je suis terriblement ennuyeux



Cansei dessa elegância de comportamento.
Cansei de relevar ofensas.
Cansei de esquecer...
Quero vingar-me
Sentir com prazer
O gosto de fazer sofrer...
Não quero ser delicada.
Sutil.
Educada.
Preciso dar um basta
Nessa minha aura de flor...
Essa mania de ferirem
Minhas pétalas
Vai acabar!
É aviso prévio!
Que mania a minha de conciliar.
Vê pedacinhos de mim
Despedaçados assim
Nos meu pés,
E nem chorar...
Não vou mais poetizar
Nem homens
Nem pedras,
Nem máquinas,
E muito menos almas...
Já disse,
É um basta!
Não vou amar
Mais nada.
Nem estrelas.
Nem cheiro de chuva.
Nem céu.
Nem flor.
Penso nisso,
Reflito,
Enterneço-me,
Mas não mudo nunca...



PS: A voz, Munch, Museu de Belas Aretes, Boston. Perseguido pela tragédia familiar, Munch foi um artista determinado a criar "pessoas vivas, que respiram e sentem, sofrem e amam". Recusou o banal, as cenas interiores pacíficas, comuns na sua época.Ele pinta a dor de existir, numa arte expressionista. O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.
Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. Corrente artística concentrada especialmente na Alemanha entre 1905 e 1930.

sexta-feira, 4 de julho de 2008


Olhe moço,
Cá o senhor encontra,
Um dedinho de prosa,
E uma mão cheia de versos.


PS:O Violeiro, 1899 de Almeida Junior. Uma parcela da crítica de arte brasileira o vê como o “pintor do nacional”, pois, em suas telas figuram os costumes, as cores e uma suposta luminosidade regional, contrários à uma tradição eurocêntrica vigente na pintura acadêmica.

quarta-feira, 2 de julho de 2008


Às vezes paro pra escutar
A valsa dos ventos...
Ouvir passar o tempo,
Passar o vento...
Parece que a vida vale a pena.
É colorida e bela.



PS: Jardim dos poetas, Vicent Van Gogh, foi um pintor neo-impressionista, considerado comumente como o melhor pintor do mundo, mas suas obras só foram reconhecidas após sua morte. Van Gogh é considerado pioneiro na ligação de tendências impressionistas com as aspirações modernistas.