sábado, 8 de maio de 2010

A carta, o leitor e a margaridinha.


Querida, fiquei muito triste, imensamente triste por saber de sua tristeza, distante, vazia e sem fundamento. Porque às vezes você possuía a arte de dissimular tão lindamente. E sorri como quem nunca chorou, ou como quem jamais passou por entre uma nuvem cinzenta. E quando balançava o cabelo esvoaçante dava a impressão de quem lança flores ao mundo. Sabe querida, eu olhava pra você buscando só-um-pouquinho-de-sol. Que estranha impressão causou-me teu texto ultimo. Por quem anda marejando seus olhos de imensidão? E por quem procura suas mãos brancas em noites de insônia? E seus melhores textos, quem te inspira? Sabe querida, desejava saber por ti por quem teus joelhos dobram de desejo, teus olhos brilham de luz feliz, teus sonhos ganham a imensidão (você e sua sede de imensidão) como se fossem invisíveis barquinhos de vento. Sabe querida, você deve estar inundando as ruas de pedra da sua cidadezinha poética com seus olhos cegos de lágrimas. Eu fiquei pensando... E ontem te olhando... Acho que eu descobri o seu segredo.

PS: Era uma história estranha, que eu sempre quis decifrar. Mas hoje conto sem pensar. Que explicação que eu sei que se não há, sobra luz nesse caos de paixões. (Oswaldo Montenegro)

PS: A margarida é sua, leva-a contigo.


Fique bem,

Gabriel Anievas


PS: Melancolia, de Edgar Degas, porque me faz falta a sua ausência longa.

2 comentários:

Rafael Arruda disse...

Um dos melhores dos que já li aqui

Anônimo disse...

Gabriel é sagaz! Um dos melhores que li por aqui [2] adoro teu jeito metafórico/alegórico de escrever *-*