domingo, 6 de julho de 2008


Olá meus caros, perdoem-me o cessar das minhas inspirações poéticas, se venho com uma malfadada pequena crônica interpolar meus sutis versozinhos. No entanto, meus amigos, não me acusem de ingratidão a quem se prestou tão amavelmente a divulgar as pretenções de uma escritorazinha de meia pataca, e como disse no meu primeiro post "... Quis trazer para o meu blog a percepção que eu tenho do mundo e que anda aflorando com intensidade nos últimos tempos. São piadas, contos, poesias, crônicas que exprimem a inquietação de mil idéias e impressões que farfalham a minha imaginação." Dito isto, isento-me de culpa, e venho cumprir com a minha palavra.

Fui batizada, fiz primeira comunhão, sou até crismada, e minha família vive nas práticas do catolicismo. No entanto, essa minha curiosidade pulsante, ouso até dizer ardente, mania de querer conhecer todas as coisas do mundo, excessivamente. Talves por desejar possuir a existência total do universo, isso tenha me levado a buscar outros conhecimentos no campo religioso, ou talves como costumo algumas vezes pensar, seja uma busca irrefreável sobre a existencia humana, sobre Deus. Dou, assim, à minha curiosidade a conta dos meus estudos sobre o Espiritismo, a Ubanda, o Catolicismo, o Budismo, o Protestanismo.

Admito, meus caros, Não encontrei nenhuma verdade absoluta dentro de nenhuma delas. E confesso, amargamente, que quanto mais lia sobre elas, mais subserviente à razão eu me tornava. Não me interessa aqui demonstrar argumentativamente as teorias de cada religião, durante um tempo estudei-as, cheguei mesmo a participar ativamente de algumas, sem ousar julgar aquilo que muitas vezes me chocava. No entanto, inventava explicações para o que encontrava de inútil ou de incompreenssivel. Debalde, porém, a razão não se submetia ao jugo de dogmas, e sobretudo, revoltava-se contra a odiosa questão da intolerância das igrejas umas com as outras. Que dou gentilmente, a devida alcunha de preconceito.

Sim, mas porque vem a Laura, falar tudo isso? Meus caros, estou perplexa com a intolerância da opinião de um jovem missionário que nos visitou hoje, em minha casa. Apesar de vivermos na prática do catolicismo, como já disse, minha família aprecia e se interessa por outras religiões e comunente comentam o sincretismo que perpetua nos ambientes na minha casa. Encontram-se, numa furtiva olhadela, um Buda de ouro envelhecido sobre a mesa de centro, uma bíblia católica ao lado de uma bíblia envangélica, insensos, e uma imagem de nossa senhora das Graças, convivendo numa singular harmonia.

E foi por implicância com o pobre Buda que essa jovem veio-nos pregar, dando-nos uma "liçãozinha" religiosa, considero-a indispensável. Mas o rapaz era corajoso, porque a despeito de meu irmão ser também um missionário radical, não aceitamos defesas obstinadas em menosprezar ou espezinhar qualquer religião que seja. Isso me fez refletir sobre o preconceito religioso, ele existe! Pasmem.

Não sou budista, mas aprecio a idéia de condicionar à mente, diante do cotidiano, a alcançar a paz, serenidade, alegria, sabedoria e liberdade perfeitas. Que mal há nisso? Adorar um Deus que é diferente do Deus católico é pecado? Por que?

Li a Bíblia apenas uma vez, e encontrei mensagens que mostram a busca pelo equilibrio de nossas naturezas, porque somos um pouco de tudo, é como a filosofia do yin yang, que nos mostram a melhorar como seres humanos que somos. E aí está a verdadeira mensagem da Bíblia, ninguém deve julgar a religião do outro, julgamentos são tendenciosos. E se queremos ser juízes, não esqueçamos que seremos também réus.
Creio antes em Deus, que é para mim o amor, e sobretudo, creio que a verdadeira vontade de Deus é que todo o homem ame os seus semelhantes e proceda sempre com os outros como deseja que os outros procedam conosco.

E Digam-me vocês, não é isso que todas as religiões pregam? E por que então tanto julgamento? Sempre detestei a intelerância religiosa, por considerá-la preconceito, a minha natureza como que se revolta à sua sombra.

Amemos, meus amigos, cada flor, cada raio de luz, cada folha seca que cai, amemos os animais, até os feios! Ame os homens, as pedras, as máquinas... Amando a tudo, encontraremos o mistério de Deus em tudo.

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