sexta-feira, 2 de maio de 2008

A criação do homem (1511), de Michelangelo, Capela Sistina Vaticano. Essa cena, sem dúvida expressa a inigualável genialidade do artista, representando a criação do homem. Na obra tanto Deus quanto Adão, representa o magnífico e harmonioso ideal de beleza no renascimento.


Olhando essa pintura num livro de artes, dia desses, veio-me a sempre questionável dúvida da existência de Deus. Digo dúvida, porque há momentos em que acredito fielmente na sua existência e me ponho a questionar a sua não existência, diante de tanta perfeição.


Ainda essa semana, ganhei de um amigo uma orquídea amarela, a minha preferida, por ser assim tão alegre e singela, encanta-me. Pela manhã ela abre insinuando sua delicadeza e perfeição, e a noite, pra descansar, ela se fecha em botãozinho amuado, pra poder no outro dia renovar-se em esplendor, e eu admira-la extasiada. E me pergunto, é assim, tão bela sem ter motivos para sê-lo? Questiono o mistério por trás de tanta beleza, não só da orquídea, mas, sobretudo da vida. Então eu penso em Deus, e duvido da sua não existência.



Vivo então, a me consolar, respondendo a mim mesma que eu não creio porque não posso ver, é a dúvida que margeia uma criatura tão subserviente à razão. A sombra vê apenas o corpo que a projeta, mas nunca a luz que lhe dá vida.

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