sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Ele existe, e eu sabia! hohoho!
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Gosto de palavras doces. Afagos palavrosos. Versos cândidos.
Doçura.
Dessas que enchem o coração de sonhos de creme.
E me pergunto,
São palavras ou suspiros?
Nem sei,
Mas são tão doces
Que um dia mordo pra vê se é gostoso.
PS: Portinari é ultimamente o meu objeto de estudo. Por isso sua presença frequente aqui. Ele dizia, "o que penso como homem, penso como artista". Sua pintura é expressionista, e é considerado um dos maiores pintores modernista brasileiro.
domingo, 14 de dezembro de 2008
O mundo cata vento e outras coisas
Qualquer coisa muito agradável vem acontecendo e se harmonizando apreciavelmente aos meus quereres. E se escrevo hoje aqui é pela necessidade de traduzir em palavras os sentimentos. Os sentidos. Tidos como todos.
Hoje tenho a maravilhosa e encantadora liberdade de quem se curou da dolorosa sensação de estar desperdiçando a vida. Desde a minha descoberta do voluntarismo existencialista – Sobretudo Sartre e Beauvoir – compreendi o poder das escolhas, e mais ainda, descobri a certeza de que eu posso ser exatamente tudo o que eu quiser. E mais ainda, eu posso querer o mundo. Eu posso tê-lo. Eu posso desbrava-lo. Posso coloniza-lo. Posso descobrir. E colorir. Poder ser o que eu quiser só depende de mim, e do quanto estiver interessada nisso, porque agora eu sei que o mundo todo conspira para que aconteça, e eu só preciso desejar profundo.
Hoje, no meu quarto, a janela aberta deixava entrar um vento carinhoso e eu senti um abraço terno. Eu não tenho mais medo do mundo. E olhando pra trás, não com olhos de tristes de saudades, mas com olhos extasiados. Em um ano eu havia conquistado o mundo. O mundo que eu quis. O mundo que eu amava. Eu fiz tudo, exatamente o que eu desejei fazer. Eu quis ser estrela do abismo no espaço. Eu fui. E cantei de mansinho; oi nós aqui, oi nós aqui/ Hollywood fica ali bem perto/ Só não vê quem tem um olho aberto.
Eu escrevi. Escrevi. Escrevi. Escrevi a minha vida em palavras muito claras, singelas, ternas e simples. Eu fui atriz. Fui menina e mulher. Fui louca e egoísta. Fiz arte. Subversiva arte. Fiz peça. E continuei a escrever a minha vida como quem se rebela e tem o poder de tomar a pena do escritor da vida e escrever os seus anseios, todos. Eu quis ter um jeito de quem pisa em lua e não em pedras, escrevi oras. E andar como se caísse de mim pozinhos de candura, eu também escrevi isso.
Eu conquistei o mundo. O mundo que eu quis. E ganhei Doistoievsky’s. E ganhei amigos, novos amigos, queridos amigos, tantas mãos juntas ao meu redor, que junto tudo e faço um cachecol. Reconquistei antigos amigos, amei amigos. Solidifiquei amizades. Amei amigos. Construí pontes para o coração dos outros com sorrisos. Tudo isso eu escrevi. Apaixonei-me perdidamente, tantas vezes que nem conto. E me desapaixonei quando me encontrei.
Eu aprendi a não deixar cair uma gota de vida sem que ela fosse saciada de todas as maneiras. Eu descobri que eu vive em um ano, dez anos em que eu não vivi, tal foi a ânsia de viver tudo de todas as formas e jeitos e gestos. E agora, no fim do ano, fazendo o velho balanço, sentindo o vento que entra buliçoso pelo meu quarto, eu descobri que eu sou o mundo que eu quis.
PS: Portinari
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Para você uma flor...
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Dia de sol e passeio, bola de sol, bola de meia, bola de gûde
PS: Lili você foi um doce encontro em um desencontro!
domingo, 19 de outubro de 2008
Segredos no meu caderno de anotações n.4

Apaixonei-me por um menino lindo, e eu sinto que ele é metade do que me faltava, eu gosto dos seus olhos! Eu os olho e vejo que são estrelas me espiando, e eu sorriu sempre, e abaixo os meus olhos, porque tenho vergonha de me encontrar nos olhos dele. Preciso tanto tê-lo perto de mim... E nem sei como acontecer! Digo a ele que é o menino por quem eu suspiro? Eu tenho tanta vergonha...
Como é bom gostar, passar o dia com um sorriso no rosto e ainda encontrar minha história, não num noticiário, mas nas minhas próprias palavras ternas que me afagam.
PS: A Woman at her Toilette - 1875. Berthe Marie Pauline Morisot (França 1841 - 1898). Foi a primeira mulher a se juntar ao grupo dos Impressionistas franceses. Apesar dos protestos de seus amigos e familiares, ela continuou lutando em busca do reconhecimento.
terça-feira, 8 de julho de 2008

Amo as palavras
E essa é a razão
Porque gosto tanto de escrever
É meu sangue que circula nas palavras
É minha vida que palpita em cada verso
Até no branco das entrelinhas
Afinal,
Algo se aproveite desse turbilhão
De acontecimentos que é a vida.
Procuro a paz das palavras...
E nada mais
É preciso para acalantar meu coração.
PS: A estátua número 12, do circuito da poesia, de Recife, Pernambuco. Encontrada, ali, na praça Maciel Pinheiro, perto da Rua do Hospício,e que era há décadas atrás o coração do Recife. Aí está Haia Lispector, digo, Clarisse Lispector.
segunda-feira, 7 de julho de 2008

Fico feliz por Deus não me dá tudo o que peço...
Bem bom que posso sonhar.
E os meus dedos
Se não podem
Tocar no céu noturno...
Remexer as estrelas
Assoprar e fazê-las mover
Numa dança mágica.
Traduzo então,
No papel branco
Um Céu noturno.
E tantas palavras
Vagas,
Em estrelas.
Estrelas
Sólitárias
Juntas
Que viram um mundo.
Um mundo de poesia...
PS: Noite Estrelada, 1889, Van Gogh.
domingo, 6 de julho de 2008

sábado, 5 de julho de 2008
Je suis terriblement ennuyeux

Cansei dessa elegância de comportamento.
Cansei de relevar ofensas.
Cansei de esquecer...
Quero vingar-me
Sentir com prazer
O gosto de fazer sofrer...
Não quero ser delicada.
Sutil.
Educada.
Preciso dar um basta
Nessa minha aura de flor...
Essa mania de ferirem
Minhas pétalas
Vai acabar!
É aviso prévio!
Que mania a minha de conciliar.
Vê pedacinhos de mim
Despedaçados assim
Nos meu pés,
E nem chorar...
Não vou mais poetizar
Nem homens
Nem pedras,
Nem máquinas,
E muito menos almas...
Já disse,
É um basta!
Não vou amar
Mais nada.
Nem estrelas.
Nem cheiro de chuva.
Nem céu.
Nem flor.
Penso nisso,
Reflito,
Enterneço-me,
Mas não mudo nunca...
PS: A voz, Munch, Museu de Belas Aretes, Boston. Perseguido pela tragédia familiar, Munch foi um artista determinado a criar "pessoas vivas, que respiram e sentem, sofrem e amam". Recusou o banal, as cenas interiores pacíficas, comuns na sua época.Ele pinta a dor de existir, numa arte expressionista. O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.
Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. Corrente artística concentrada especialmente na Alemanha entre 1905 e 1930.
sexta-feira, 4 de julho de 2008

Olhe moço,
Cá o senhor encontra,
Um dedinho de prosa,
E uma mão cheia de versos.
PS:O Violeiro, 1899 de Almeida Junior. Uma parcela da crítica de arte brasileira o vê como o “pintor do nacional”, pois, em suas telas figuram os costumes, as cores e uma suposta luminosidade regional, contrários à uma tradição eurocêntrica vigente na pintura acadêmica.
quarta-feira, 2 de julho de 2008

Às vezes paro pra escutar
A valsa dos ventos...
Ouvir passar o tempo,
Passar o vento...
Parece que a vida vale a pena.
É colorida e bela.
PS: Jardim dos poetas, Vicent Van Gogh, foi um pintor neo-impressionista, considerado comumente como o melhor pintor do mundo, mas suas obras só foram reconhecidas após sua morte. Van Gogh é considerado pioneiro na ligação de tendências impressionistas com as aspirações modernistas.
domingo, 29 de junho de 2008
sábado, 28 de junho de 2008

sexta-feira, 27 de junho de 2008
A espera de parte de mim que não conheço...

P.S. Le moulin de la Galette, Montmartre (1876), trata-se de uma tela de Renoir, umas de suas obras mais importantes, e a segunda tela mais cara do mundo, atualmente pertence ao Museu D'Orsay de Paris. Retrata a vida parisiense do sec. XIX, o luxo e o estilo ambicioso da arte nouveu em traços delicados do impressionismo. Senhores, reparem na moça de listrado, sentada a um banco, sorriso claro, olhos distantes... Não lhes parece que a moça anda sonhando com o que virá??? Esperando alguma coisa que ela não sabe o que é, mas que virá! Reparem, senhores...
quarta-feira, 18 de junho de 2008


Ps: Esta tela chama-se "a moça com livro" é uma pintura impressionista (amo!) do brasileiro Almeida Júnior (1850-1899). No panorama da pintura nacional, Almeida Junior aparece como autêntico prercursor. Os personagens do pintor são de carne e osso, que o proprio Almeida conhecia pessoalmente, gente que tinha nome, vivia, amava. Em "a moça com livro" ele retrata Laura, a mulher que tanto amava e por quem morreu esfaqueado, pelo marido desta. Laura inspira quase todas as suas figuras femininas... E que delicadeza! Que doçura!
segunda-feira, 16 de junho de 2008

P.S. A obra acima é chamada de "o grito", pintura de Edvard Munch. A obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero existencial. A obra é uma das mais famosas que representam o movimento expressionismo. A dor do grito está presente não só no personagem, mas também no fundo, o que destaca que a vida para quem sofre não é como as outras pessoas a enxergam, é dolorosa também, a paisagem fica dolorosa e talvez por essa característica do quadro é que nos identificamos tanto com ele e podemos sentir a dor e o grito dado pelo personagem. Nos introjetamos no quadro e passamos a ver o mundo torto, disforme e isso nos afeta diretamente e participamos quase interativamente da obra.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
parasol%2B1875%40.jpg)
PS: A tela é do impressionista Claude Monet, chama-se"Mulher com sombrinha" (1875), também conhecida como "Madame Monet e o filho" é uma das mais famosas obras do pintor impressionista Claude Monet. O fascínio deste quadro não está nas identidades dos retratados, mas no modo pelo qual a luz e a brisa conservam-se na tela para um eterno deleite.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
sábado, 10 de maio de 2008
O Maior Amor do Mundo

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Inapropriado, ora, direis, forte, mas silenciado.
Grito histérico.
Pavor e êxtase. Saudade que fisga louca, falta do que existiu.
Marca eterna, lembrança. Cicatriz. Sentido, tatuagem.
Aperto no peito, asas que batem forte, livres vôos pelo mundo. Esquecer-me do resto. Posso? Devo?
E o caminho, trilha só! O meu não. O resto... O resto, tempo incerto. Quero. Vibro. Marco. Guardo. Embalo. Coloro de todos os bons fluidos. Preenche-me um acalanto, marca de giz. Preencheu-me de ti no instante já. E até que a ti veja novamente.
Deus te guarde na palma da mão.
sexta-feira, 2 de maio de 2008

Olhando essa pintura num livro de artes, dia desses, veio-me a sempre questionável dúvida da existência de Deus. Digo dúvida, porque há momentos em que acredito fielmente na sua existência e me ponho a questionar a sua não existência, diante de tanta perfeição.
Ainda essa semana, ganhei de um amigo uma orquídea amarela, a minha preferida, por ser assim tão alegre e singela, encanta-me. Pela manhã ela abre insinuando sua delicadeza e perfeição, e a noite, pra descansar, ela se fecha em botãozinho amuado, pra poder no outro dia renovar-se em esplendor, e eu admira-la extasiada. E me pergunto, é assim, tão bela sem ter motivos para sê-lo? Questiono o mistério por trás de tanta beleza, não só da orquídea, mas, sobretudo da vida. Então eu penso em Deus, e duvido da sua não existência.
Vivo então, a me consolar, respondendo a mim mesma que eu não creio porque não posso ver, é a dúvida que margeia uma criatura tão subserviente à razão. A sombra vê apenas o corpo que a projeta, mas nunca a luz que lhe dá vida.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Contemplando as estrelas
Lia certa noite, Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre; um tête-à-tête. O meu mais novo caso de amor, mas o que digo? Que sabe vocês sobre as minhas máximas? Eu sou uma mulher e os livros meus amantes, e quem por mim se apaixonar deve, sobretudo, resignar-se aos meus casos de amor.
Lia com devoção cada frase e nada parecia no mundo me interromper em tal abstração. Mas qual nada! Uma brisa travessa da noite espalhou no meu quarto aquele cheiro querido. Cheiro de saudade, de coisa leve que vai e deixa um pesado vazio. Como alguém muito querido, um souvenir esquecido no tempo.
Olho para a janela, seus dois braços abertos, vejo fora a figueira verde linda, prateada de lua. O tronco dela se enramando numa cáustica sensualidade. E sua folhagem baila, e usa o som do vento para criar os seus passos bailarina.
E o céu, o céu é o motivo pelo qual vos falo, e toda a eloqüência vai por água a baixo. No instante em que lanço os meus olhos tontos de emoção ao alto. Sei não, mas eu acho que paraíso é aquele céu.
Era uma imensidão azul, toda cheia de estrelas, estrelas que encanta o coração da gente. Uma vez eu li que estrelas são pessoas que se foram e estão lá no alto pra olhar por nós. Mas eu acho que não é não. Se não, quem cuida da gente de manhã, hein?
São lindas as estrelas. Elas são as travessuras do dia, com saudade da gente. Estrelas é o dia espiando pelos buraquinhos que a noite deixa. É sim, tem coisa mais bonita não, só serve pra acalmar o coração desse mundão de gente que só olha pra frente e esquece de encarar o céu.
Oxe, oxe, sei não, é muita confusão, um céu desse tamanhão, todo luminoso, espetáculo divino do humano, uma catarse. Eu fico aqui pensando, com o tête-à-tête a mão, e me pergunto se é tudo teoria da evolução? Tu acha mesmo? Será que Darwin não chegou apenas em um momento a duvidar da sua tese, de que ela poderia ser uma certeza inconstante? Uma beleza e um encanto que fácil alcança o nosso espírito, um céu desses, e ele lá reativando a sua falta de fé, será que sempre foi assim? Aff, às vezes busco explicação e uma resposta pra pergunta, mas me abuso e jogo a questão no baú da ociosidade.
Mas se eu discordo da teoria da evolução, por suposto devo acreditar na existência de um Deus, um Deus que criou tudo. Num Deus que segura esses pontinhos luminosos com uma corda invisível pra gente não vê que tem o dedo dele, e que sustenta com equilíbrio mágico, quase humano, as estrelas, pedacinhos de sonhos, pra que não caia na cabeça da gente. Já pensou chuva de estrela?
E olha quem está lá amuada, a lua pequena meu bem. Tadinha, quase não te via menina! Deixe tá, que hoje eu tô assim minguada, mas daqui a uma semana eu sou a atração do céu. E é mesmo, ninguém liga para as estrelas quando a lua é lua cheia.
Aqui eu fico, no meu céu romântico de interior. E acabo de pensar, quem me dera ser como o homem do campo, cheio de fé; bela fé que subsiste na indolência de nada ser subserviente à razão.
E volto, pois a terra, depois de divagações, e volto na troca de carinho com o meu amante. Meu novo e querido amor, num quarto inundado de coisa boa, um cheiro que embala o coração, uma brisa que alisa o ambiente, e um gostoso brilho nos olhos.
Olhos que olham a minha volta e reparam no caos que se encontram os meus papéis, rascunhos, queridos livros e minhas idéias soltas ao léu, dentro de mim mesma há o caos. Mas - citando Nietzsche - é preciso ter um caos dentro de si para dá origem a uma estrela cintilante. Que seja!
Sem mais delongas, parto na catarse de ser eu mesma.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Por que Cata vento e outras coisas?
No entanto, após quase dois meses transcorridos desde o dia da criação do meu humilde e simplório blog, de súbito recebi a resposta, como que por magnetismo pulsante da minha vã criatividade. Enfim, encontrando o sentido de ter um blog, porque tê-lo e de onde surgiu o seu nome, decide postar aqui hoje as repostas.
Caro leitor, se você se encontrar enfastiado com tanto blá blá blá de uma escritora sem talento, por favor, não se acanhe, e pare imediatamente de ler este post (ou o blog todo!), daqui por diante você encontrará mais blá blá blás explícitos de tédio. Caso você decidiu prosseguir, que emocionante solicitude para com a minha pessoa.
Cata vento, Acredite se quiser meu prezado leitor, eu sou infantilmente apaixonada por cata ventos, desses que a gente encontra no zoológico (A propósito, a quanto tempo não vamos a ele hein??), e a gente sopra como quando em criança, só para ver a magnitude de seu simples movimento colorido. Mas é isso? Apenas isso? Eu ainda agora me pergunto, depois de já ter o texto pronto. Não, não é apenas isso, eu quis trazer para o meu blog a percepção que eu tenho do mundo que anda aflorando com intensidade nos últimos tempos. São piadas, contos, poesias, crônicas que exprimem a inquietação de mil idéias e impressões que farfalham a minha imaginação. Eu considero essa a fase onde o meu gênio torna-se pulsante e indomável, onde as idéias borbulham o meu espírito, é tempo de escrever, e nada pode deter a força desse desejo.
Então começo a caminhar em busca de um equilíbrio entre o que eu vejo e o que escrevo, como num terreno firme. No entanto, uma onda avassaladora de novas idéias surge para desarmonizar as anteriores, e enfim, posso encontrar o equilíbrio num solo movente, pântano que se move a cada nova impressão, a cada ponto em que o vento sopra com mais força, e que faz mexer, e que traga e é tragado. Um cata vento enfim, de idéias, de opiniões, críticas, desesperos, alegrias, sobretudo alegrias. É como pensar e transformar esse grupo de sensações que se repetem, irregulares, em diferentes momentos, dispare em tempos e espaços, não como no sentido de homogeneidade, mas como nóis, laçados, mas com lacunas, com buracos, que, no entanto fazem parte da própria trama.
Esse blog é como uma ferramenta onde eu possa exprimir o sentimento hoje, para analisar com a frieza do amanhã. É como entender as idéias do eu de ontem, tentando simplificar o ontem, assimilando este ao de hoje e complicando o de amanhã.
Basta, basta, não tenho mais coragem de torturá-los, compadeço-me do seu desespero, caro leitor, mas pretendo findar esse exaustivo texto para ambos, eu e o caro amigo, com uma ingênua provocação. A impressão pulsante, viva e colorida (ou negra) do ontem, continua no hoje lhe causando a mesma sensação?
Perdão, caríssimo, parece que andei fugindo do tema principal, mas e o vento, pergunto a vocês, move a que ventos?
P.S: Deixem ventos, ventanias e tufões, tenho a necessidade de obter opiniões, boas ou más. Serão bem recebidos os estímulos para aperfeiçoar o que nunca será perfeito, ainda bem, porque a perfeição me incomoda e sobretudo, gera tédio.
P.S2: Ah, não poderia deixar vocês sem uma frase que define a existência do meu blog, muito mais sucintamente que a minha eloqüência blablablalística.
"Para o acontecimento mais banal virar uma aventura, é preciso (...) começar a contá-la."
Sartre