Quantos dias já o dia amanheceu,
E o sol nasceu e dormiu,
Sossegado...
E essa minha mania de esperar
Por quem não conheço!
Que não cessa...
Fios de anos,
Figuras fugáses ao meu lado.
Passo ao lado do passo errado.
Que resignação por esperar!
Eu descanso os olhos curiosos
No fato do ato de esperar
Por alguém que seja daqui,
Que venha de longe...
Contando as estrelas do caminho,
Guardando os tons alaranjados,
Pitalgados de tristezas contidos no entardecer,
De uma terra nunca por mim vista.
E possua nos olhos,
O brilho triste de ter amado
O brilho que lhe faltava aos olhos do amado.
Ah, o velho amor ao brilho errado...
Que traga calos.
Lágrimas.
Amores não correspondidos.
Sonho de conhecer o mundo.
Sonho de creme.
Sonho de amor verdadeiro.
Amor possível.
Amor a liberdade.
Amor ao simples.
E belo!
Um violão que lhe pese nas costas,
Uma música bela.
Minha namorada, de Vinícios!
Ame Gógol,
Mas reconheça a genialidade de Dostoievski
Leia poemas de amor,
Nas minhas noites de insônia.
E receba das minhas mãos
Carinho despretenciosos,
Pretenciosos também...
Sim, ia-me esquecendo!
Que fale francês.
O amor fala francês!
Se é real?
Impossivel. Dúvida. Ilusão.
Não, sei...
Talvez seja real!
Pode chegar...
Olha o tempo acenar pro momento!!
êta, sonho vã...
Essa mania de esperar por quem não conheço...
P.S. Le moulin de la Galette, Montmartre (1876), trata-se de uma tela de Renoir, umas de suas obras mais importantes, e a segunda tela mais cara do mundo, atualmente pertence ao Museu D'Orsay de Paris. Retrata a vida parisiense do sec. XIX, o luxo e o estilo ambicioso da arte nouveu em traços delicados do impressionismo. Senhores, reparem na moça de listrado, sentada a um banco, sorriso claro, olhos distantes... Não lhes parece que a moça anda sonhando com o que virá??? Esperando alguma coisa que ela não sabe o que é, mas que virá! Reparem, senhores...
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