Nossa coleção é constituída de adoráveis romances vazios que encantam vossas cabecinhas ingênuas e prendem pelo vulgar romantismo burguês.
Oferecemos nas linhas esmeradas aqui escritas ao mesmo tempo às suas leitoras oportuna advertência moral e ricos ensinamentos pelo que encerram de observações sobre a vida e a humanidade.
Não se fala cá de sexo nem de nada que seja indecente para teus ouvidos, querida leitora, não ruborizes! Cá só entra moças!
Nada que aqui leias te fará pensar a ponto de tornar-te questionadora ou crítica. Querida leitora, aqui fala-se apenas sobre o amor. O assunto mais adequado para o belo sexo.
Versa-se, pois, aqui sobre a moral e os bons costumes.
De como uma moça deve se comportar pra conseguir um bom marido, visto que isso é tarefa árdua e concorrida.
Fala-se das mulheres ousadas, de onde não se deve por a mão nem a boca antes do casamento. Porque isso é muito feio, somente as senhoras o podem fazer, pois devem antes de tudo satisfazer vossos maridos, para que não procurem fora o que não tem dentro de sua casa.
Nossas heroínas casadas precisam sempre de luz apagada, porque a nudez do marido pode constrangê-la.
Não Falamos, querida leitora, sobretudo de coisas que vão atormentar vossa airosa cabecinha, como os vitais desequilíbrios sociais, nem sobre as lacunas abissais das convenções pré-estabelecidas. Nem versaremos sobre política, nem investimentos no mercado de commodities.
Haverá somente aqui versos singelos e absolutamente pudicos que é para não poluíres de maldade vossa mente.
Viverá então, querida leitora, sob a égide da boa esposa e boa filha, será uma mulher séria e morrerás oca, talvez infeliz, mas certamente vazia.
A biblioteca das moças é uma das publicações mais fascinantes do mundo, leia-o pois, querida leitora e passe horas deliciosas com essa impressionante literatura.
PS: Mother and daughter, George Goodwin Kilburne, 1890.
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