Sabe aquela terrível sensação de sol apagado sem brilho nem cor, é dia cinza, e, sobretudo, tem um vento frio e cortante que atordoa a gente ao sair na rua em dias assim. Pois, meu caro, não se assuste, mas ando vivendo em tempos assim. Vivendo com uma perturbação constante no pé do ouvido, num zunzum de vento rouco irritando-me sadicamente. De céu nublado... E confesso, há dias que penso que perderei o cerne do juízo. Nada parece mais inconveniente do que esse zumbido e esse aperto no coração de nulidade. Nulidade é o sentimento que consta aqui. E ele grita, grita no silencio de mim, querendo o silencio fora. Ele quer que eu me esconda do mundo. Que eu feche os olhos e o mundo passe sem passar eu antes por ele. Ele anseia me destruir...
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