Repito novamente, tenho saudades de ti. Sabe que te escrevo aqui, sentada no banquinho, tão singelo, tão poético. O nosso velho banquinho azul em frente ao laguinho. Choveu muito hoje e o dia ainda assim esta quente. Nem um vento vem acariciar-me, nenhum vento trouxe-me um beijo teu. Olha nino estou com medo. Estou com medo. Medo do futuro, medo do escuro. Medo da solidão. Mas talvez a solidão seja boa... A solidão é boa nino, embora você nunca acredite em mim.
Tenho medo que as minhas inspirações fujam...que cessem de repente. São as minhas melhores inspirações. Gosto, hoje do que escrevo. Pergunta-me se eu amo? Confesso, querido, não sei se é amor. Confesso também, que nem sei se quero me perder de amor. Eu tenho medo do velho sonho de amor inteiro me aplacar. Tenho medo de amar tanto e esquecer que sou poeta. Não ria nino, eu não brinco! E não me chame de Lily Braun, que não quero ser como ela! Tenho medo do passado visitar essa tua amiga aqui. Tenho medo do amor da sombra a essa poeta que desabrocha. Que só deseja o sol do sol de verdade. O brilho eterno e não o fugidio.
Amo-te sempre
Sua Laura
PS: Berthe Morisot, A woman at her toilette, 1875.
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