Queridinha
Escrevo para consolar sua preocupações, que são tantas, não por desejar falar com alguém, e também porque estou preocupado com você. Suas cartas andam revelando tanta decepção, tanta tristeza, andam magoando você queridinha? Você vai me responder que não, que ninguém pode magoar o outro sem que a própria pessoa deixe. Sabe Laura, você deveria deixar de ser essa partícula se de indeterminação, de ao verbo um sujeito! E dê a ele a merecida culpa. Mas você não há de fazer isso, que tolo é o meu conselho, eu conheço muito bem você, sua elegância de carater, a dignidade assumida por você diante das situações adversas e a inacreditável nobreza de seu coração. Você chorou não foi? Eu pressenti.
Eu poderia dizer a você minha querida, cabeçuda e teimosa Laura, que protegesse seu coração, mas você não me escutaria não é? Não sei ainda a sua mania de perdoar tudo. E sua detestável mania de se achar forte o suficiente, capaz o suficiente de suportar todas as dores do mundo. As vezes minha querida, a gente não deve perdoar, esquecer sim, e acredite perdoar e esquecer não estão interlgados, quem o diz é poeta, ou é cristão, são todos tolos minha querida, todos tolos.
O Florius me escreveu, não está gostando de seus textos, você também não, nem eu. Está lhe faltando alma, e sem alma seus textos não passam vida, eles não pulsam. Para onde está canalizando suas emoções minha branca? Rio anda seco no sertão a fora. E o florius que não volta? E o nino que sumiu? E Sofis? Onde anda sofis? Parafraseando o Vinicius, a vida é arte do encontro, embora, haja tanto desencontro pela vida.
Minha pororoquinha branca, é você é uma pororoca que adentra impetuosa pela vida, arrastando velhas opiniões, verdades construídas, destruindo beleza, revirando o mundo dos outros sem fazer silêncio, você assusta queridinha toda a sobriedade de um mundo real inventado. Engraçado é teres encontrado um outro par. É impressionante. Mas pororoca não é o encontro de dois rios?
Mas vamos falar de mim, enfastiei-me de ver-te sofrer. Vou fazer-te rir de meu desespero. Hoje me dei conta da idade que tenho. E o que tenho eu? Um apartamento sem mobília, sabes que ainda me cortaram a luz ? Minha ex-mulher, a Tereza Arcadievna (como se me fosse permitido ter outra esposa) me odeia e seu maior desejo é me ver na cadeia. Um filho que descobri que não é meu. Todos os bolsos da roupa vazios, não tenho um centavo pra pagar a puta mais barata do mercado. E por ironia eu ainda sou um filho da puta. E a única coisa que espera é a morte. Ninguém se importa comigo, a não ser você minha amiguinha. Eu Estou odiando a minha vida! E sabe o que acho dessa vida desprezível? Vou deixar de ser escritor, deixar de escrever romances épicos e canalizar meu talento- se é que tenho algum- para algo que pague a porra de minha conta. Parece minha flor, que só existe dor e desespero aguardando por nós na próxima esquina, especialmente por mim., porque se há Deus, queridinha, ele me odeia. Mas tanto melhor, que a recíproca torna-se verdadeira. Sou o escritor mais desafortunado dessa vida, escrevi quatro longos romances desde 2008 e nenhum deles foi aceito. E então queidinha, mato-me antes ou depois desse espasmo proustiano carregado em benzendrina?
Minha pororoquinha branca queria você aqui, tomar café com rosquinha no café colombo, como nos tempos antigos. Ter a segurança dos seus abraços e seus olhos a me amar.
Perdoe-me o desabafo, e a preocupação que estou te dando, é porque queridinha, eu também não ando muito satisfeito com o rumo das coisas. Escreve-me uma poesia sim? Ou qualquer coisa que me deixe feliz. Salve-me dessa saudade sem socorro.
Ps: Gostod e saber que você ainda se recusa a admitir que amar é sofrer.
Amo-te,
Teu sempre e insatisfeito amigo
Helano
PS: Degas. Ao som de Luz antiga, Ana Canãs.
Eu poderia dizer a você minha querida, cabeçuda e teimosa Laura, que protegesse seu coração, mas você não me escutaria não é? Não sei ainda a sua mania de perdoar tudo. E sua detestável mania de se achar forte o suficiente, capaz o suficiente de suportar todas as dores do mundo. As vezes minha querida, a gente não deve perdoar, esquecer sim, e acredite perdoar e esquecer não estão interlgados, quem o diz é poeta, ou é cristão, são todos tolos minha querida, todos tolos.
O Florius me escreveu, não está gostando de seus textos, você também não, nem eu. Está lhe faltando alma, e sem alma seus textos não passam vida, eles não pulsam. Para onde está canalizando suas emoções minha branca? Rio anda seco no sertão a fora. E o florius que não volta? E o nino que sumiu? E Sofis? Onde anda sofis? Parafraseando o Vinicius, a vida é arte do encontro, embora, haja tanto desencontro pela vida.
Minha pororoquinha branca, é você é uma pororoca que adentra impetuosa pela vida, arrastando velhas opiniões, verdades construídas, destruindo beleza, revirando o mundo dos outros sem fazer silêncio, você assusta queridinha toda a sobriedade de um mundo real inventado. Engraçado é teres encontrado um outro par. É impressionante. Mas pororoca não é o encontro de dois rios?
Mas vamos falar de mim, enfastiei-me de ver-te sofrer. Vou fazer-te rir de meu desespero. Hoje me dei conta da idade que tenho. E o que tenho eu? Um apartamento sem mobília, sabes que ainda me cortaram a luz ? Minha ex-mulher, a Tereza Arcadievna (como se me fosse permitido ter outra esposa) me odeia e seu maior desejo é me ver na cadeia. Um filho que descobri que não é meu. Todos os bolsos da roupa vazios, não tenho um centavo pra pagar a puta mais barata do mercado. E por ironia eu ainda sou um filho da puta. E a única coisa que espera é a morte. Ninguém se importa comigo, a não ser você minha amiguinha. Eu Estou odiando a minha vida! E sabe o que acho dessa vida desprezível? Vou deixar de ser escritor, deixar de escrever romances épicos e canalizar meu talento- se é que tenho algum- para algo que pague a porra de minha conta. Parece minha flor, que só existe dor e desespero aguardando por nós na próxima esquina, especialmente por mim., porque se há Deus, queridinha, ele me odeia. Mas tanto melhor, que a recíproca torna-se verdadeira. Sou o escritor mais desafortunado dessa vida, escrevi quatro longos romances desde 2008 e nenhum deles foi aceito. E então queidinha, mato-me antes ou depois desse espasmo proustiano carregado em benzendrina?
Minha pororoquinha branca queria você aqui, tomar café com rosquinha no café colombo, como nos tempos antigos. Ter a segurança dos seus abraços e seus olhos a me amar.
Perdoe-me o desabafo, e a preocupação que estou te dando, é porque queridinha, eu também não ando muito satisfeito com o rumo das coisas. Escreve-me uma poesia sim? Ou qualquer coisa que me deixe feliz. Salve-me dessa saudade sem socorro.
Ps: Gostod e saber que você ainda se recusa a admitir que amar é sofrer.
Amo-te,
Teu sempre e insatisfeito amigo
Helano
PS: Degas. Ao som de Luz antiga, Ana Canãs.
Um comentário:
"Tenho uma porção de coisas pra te dizer (…) sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas. Queria te dizer uma porção de coisas, de uma porção de noites, ou tardes, ou manhãs, não importa. E o silêncio é imenso, como se houvesse um grande vácuo aqui dentro. Fiquei triste com o fim do seu amor. Não sei o que dizer, queria que você soubesse só, tipo simples: fiquei triste. Sim, tenho medo que seja cada vez mais difícil. Tenho medo de endurecer, de me fechar, de me encarapaçar dentro de uma solidão – escudo. Mas as coisas são porque têm que ser, não adianta nada a gente querer que sejam de outro jeito. Talvez bastasse qualquer coisa como chegar muito perto de você, passar a mão no teu cabelo e te chamar de amigo. Ou sorrir, só sorrir." Adivinha quem é?
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