Chegue lá em casa dia de domingo, chegue! Lá no domingo tem o almoço com a família. As janelas abertas, o vento bulindo a toalha de mesa, os cachorros vira-latas latindo por uma folha que cai. Minha avó no quintal dando pra vizinha umas folhas de colônia. Olhe esse aqui você pega e faz um chá, com a outra parte você dá um banho na Joana, mas não deixe ferver muito não, se não as folhas murcham e perde e eficiência. As ervas medicinais! O telefone toca. Momãe, ô momãe, Tetê no telefone! Wanda marca a visita pro próximo domingo, esse tava cheio, não recebeu ainda a aposentadoria. Ai, ai, minha mãe finge que acredita. Minha irmã fora do telefone. Vem, vem logo ver a gata dormindo em cima da geladeira. Todo mundo corre pra cozinha. Meu cunhado chega, minha avó retruca: ele está apaixonado como nunca! Chegam um tio, e mais outro tio. Aparece o Caio e a Carol. Meu irmão chega pela porta de trás porque divide um terreno com minha mãe. Com violão a tira colo, o moço sabe tirar notas bonitas com o velho instrumento. Do quarto da frente se escuta os passarinhos, discutindo no ouvido, fazendo ninho na figueira. As crianças riem. A rede balança. Uma criança chora. Um tio grita do quarto que o Santa tá que vixe Maria! Bonança é lá perto de Vitória do Santo Antão! Eita, é mais perto de Moreno, meu irmão! Moreno não é onde tia Baia mora, né não? Onde tem aquele casarão. É. lá perto de Moreno engenho.
PS: A família de Tarsila do Amaral.
Um comentário:
Eita fim de semana bucólico no Distrito de Bonança, porque ta ligada né? Bonança é distrito que nem Brasília então, tal...
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