A árvore da serra
-As árvores, meu filho, não têm alma
E esta me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!
- Meu pai porque sua ira não se acalma?
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?
Deus pôs alma nos cedros... Nos junquilhos...
Esta árvore meu pai, possui minha alma!
- disse - E ajoelhou-se, numa rogativa:
"Não mate a árvore, pai, para que eu viva"
E quando a árvore olhando a patria serra
Caiu aos golpes do machado bronco
O moço triste se abraçou ao tronco.
(Augusto dos anjos)
Um cheiro forte e acre verde derramado
Era a minha figueira prateava que sangrava
Sob as mãos de um machado bronco
E um coração sem pranto
Tombava pouco a pouco sob meus olhos desconsolados
É clarão que entristece
Folha branca sem arabesco
Chão sem folha seca
Que serão das minhas poesias
Se me faltar a figueira um só instante?
Inspiração faz as malas
Viaja pra longe apertadinho...
Leva a sombrinha!
É pra alma que chora.
Pra olhos verdes amendoados
Lágrima é chuva de coração alagado.
Não chora minha figueira!
Tua morte implacável
Dói-me
Como mão grande apertando coração pequeno.
Vai sossegada flor...
Que no céu
Tem um jardim florido,
Uma pequena casa,
Um banquinho
Uma menininha de branco pra te amar
Uma poetinha pra te embalar...
Vai flor,
Que inda agora Deus me confessou!
Mas antes ouve,
Juro-te que vou te encontrar
Vou ser boazinha e me comportar
Vai que é chegada a hora!
Viverei, minha figueira prateada
Do desejo de revê-la
Num mundo em paz
Onde não haja
Coração bronco,
Nem machado tonto.
PS1: Great-pine, Cezanne.
PS2: Para a figueira do meu jardim!
E esta me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!
- Meu pai porque sua ira não se acalma?
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?
Deus pôs alma nos cedros... Nos junquilhos...
Esta árvore meu pai, possui minha alma!
- disse - E ajoelhou-se, numa rogativa:
"Não mate a árvore, pai, para que eu viva"
E quando a árvore olhando a patria serra
Caiu aos golpes do machado bronco
O moço triste se abraçou ao tronco.
E nunca mais se levantou da terra.
(Augusto dos anjos)
Um cheiro forte e acre verde derramado
Era a minha figueira prateava que sangrava
Sob as mãos de um machado bronco
E um coração sem pranto
Tombava pouco a pouco sob meus olhos desconsolados
É clarão que entristece
Folha branca sem arabesco
Chão sem folha seca
Que serão das minhas poesias
Se me faltar a figueira um só instante?
Inspiração faz as malas
Viaja pra longe apertadinho...
Leva a sombrinha!
É pra alma que chora.
Pra olhos verdes amendoados
Lágrima é chuva de coração alagado.
Não chora minha figueira!
Tua morte implacável
Dói-me
Como mão grande apertando coração pequeno.
Vai sossegada flor...
Que no céu
Tem um jardim florido,
Uma pequena casa,
Um banquinho
Uma menininha de branco pra te amar
Uma poetinha pra te embalar...
Vai flor,
Que inda agora Deus me confessou!
Mas antes ouve,
Juro-te que vou te encontrar
Vou ser boazinha e me comportar
Vai que é chegada a hora!
Viverei, minha figueira prateada
Do desejo de revê-la
Num mundo em paz
Onde não haja
Coração bronco,
Nem machado tonto.
PS1: Great-pine, Cezanne.
PS2: Para a figueira do meu jardim!
Um comentário:
parecia que eu tava (re)lendo um trecho do livro de José Mauro de Vasconcelos, Meu pé de laranja- lima. Quer saber, prefiro a figueira prateada no jardim de cataventos.
Joy.
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